Pavão trovador

O rabo do pavão
Balançando, varrendo o chão,
Levantando poeira seca,
Depois se abrindo em leque,
Revelando o poeta "Bão"
Que escreve que nem moleque.

No meio do milharal,
O sol servindo de telhado,
A terra preta de soalho,
A pinga curtida no garrafão,
E a pescaria, alegria
Desse poeta "dimais de bão".

Na rede da varanda,
Um leve balanço, uma brisa,
Uma calma de amarrar a alma,
Uma viola bem tocada,
Um quintalzinho coberto de grama
Onde se espalha o pomar.

Esse o céu do Santana,
Grande poeta popular.
E que ninguém fale de grana,
Que é para não complicar.
Dinheiro se busca, sem pressa,
Mas só depois de descansar.
Mais que riqueza, é alegria
Que o trabalho tem que dar.

E essa, com a graça de Deus,
Nunca houve de faltar
Na casa de Carlos Santana,
Sob o encanto do luar.

MC, 15/03/2009


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