Na verdade


 O destino de todos nós é encontrar a verdade.

Mesmo os que perseguem a mentira não podem escapar do fatídico encontro com a luz.

A mentira, infelizmente de pernas nem sempre tão curtas, não leva a lugar algum. Cai num vazio sem sentido. No máximo, atrasa um pouco o inevitável predomínio da verdade. 

A mentira é um avião sem asas com botão de autodestruição, que implode sozinho em pleno ar. O problema é que essa autodestruição pode demorar o suficiente para a mentira destruir outras coisas à sua volta, antes de ser revelada. Causa estrago e depois vira fumaça, esquecida para sempre. 

A verdade prevalece. Estamos fadados a encará-la. Tornamo-nos mais e mais parecidos uns com os outros à medida que a procuramos. As diferenças, que recebem tanta importância nesse mundo imperfeito, vão desaparecendo na proporção em que evoluímos na busca. O que nos separa vai ficando irrelevante porque, na essência, temos a mesma natureza. 

Não tem como saber agora o que é a Verdade. Mas dá pra intuir que tudo o que segrega, discrimina, rotula ou oprime nada tem a ver com ela. Também não está nos altares de qualquer religião, ou nas gavetas mofadas de alguma facção política. Seria muito limitada se coubesse nos preconceitos de um grupo ou ideologia. 

Vejo a Verdade como um apaziguador. Um encaixe perfeito de possibilidades. Uma grande sacada, assustadoramente simples, que abarca todas as consciências sem deixar ninguém de fora e sem distinguir entre melhores e piores. Uma lógica inabalável, acolhedora e reconfortante, que põe um fim a todas as pendências e extingue todas as desavenças, seja entre pessoas ou nações. 

Acho que estamos bem longe da verdade. Duvido que a encontremos tão cedo. Mas é reconfortante imaginar que um dia estaremos nela e ela em nós como o ar que nos cerca e preenche nossos pulmões, enchendo-nos de vida. 

Isso é inevitável. 


 


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