2045
Disseram que tudo
acabaria
Na virada do
milênio, sem recurso.
Passou a virada e
mais um dia
E nada aconteceu
que desse susto.
E acharam que
seria em 2012
Que as estrelas
cairiam de suas raias
E a raça humana
perderia sua pose.
Quem sorrisse com
desdém também havia,
Mas muitos
enxergaram em terremotos
O prenúncio desta
triste profecia.
O inferno de Dante
Enquanto isso o
tempo passava torto
Como água de um
rio imortal.
A ciência evoluía
sem moral,
E o homem só
pensava em seu conforto.
As florestas
tombaram uma a uma.
Delas só restaram
fotografias.
Os bichos que
escaparam foram presos,
Passaram em jaulas
o resto de seus dias.
O ar tão limpo que
antigamente havia
Foi trocado por
fumaça e sujeira.
Os campos
transformados em depósitos
Onde o lixo
transbordava das lixeiras.
Nos jornais do
futuro que chegou
Um alerta em
manchetes certeiras
Avisava que o fim
estaria próximo
Se continuássemos
fazendo tanta asneira.
2045 chegou cedo,
Bem mais cedo do
que imaginávamos.
Enquanto
contávamos dinheiro
A vida se cercou
de um grande medo.
Todos se perguntam arrepiados,
Enquanto o mundo chora castigado:
Olhando bem nos
olhos de vocês,
Haverá um 2046?
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