Caculé

Caculé Lagoa da Veada
Terra danada de emproada
Mas que lembra poça d’água
Sem água.

De lá vem quem não fica
Cansado de comer palma
E calango em dia de festa.
Aquele que abraça a desdita.

Troca o peso da enxada
Que bate na terra quebrada
E levanta poeira empoada
Pela viração da jornada
Em busca da Terra Dourada
Rica, bela, molhada.

Troca a secura da garganta
Pela secura da alma
Viaja no pau-de-arara
No vício de chegar com calma.

Bota o pé no chão novo
Inocente gosta do povo
Mas vê que a troca não foi tão boa.
Se na caatinga tem poeira,
Na Terra Santa tem garoa.
Se no sertão tem terra quebrada
Na Terra Dourada não tem terra,
Só asfalto
Mais nada.

MC, 10/07/2008




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