A matemática do bom texto

Escrever bem é difícil porque a maioria das pessoas que se dedica a esta tarefa se concentra na ciência errada: esforça-se para conhecer a Língua, e não a matemática.

Como tudo na vida, a resposta para esta angústia também se encontra na "linguagem do universo".

A equação correta para escrever a obra imortal foi um segredo mantido a sete chaves numa escura caverna, logo abaixo da biblioteca de Alexandria, entre Atlântida e a pirâmide de Quéops, a três quadras do salão de festas do Priorado de Sião.

Mas, num esforço hercúleo que exigiu o consumo de um terço dos meus neurônios, descobri a resposta:

Escrever bem é achar o equilíbrio entre os recursos de que dispõe o escritor, multiplicados pela quantidade de dias perdidos em leituras de clássicos herméticos, dividido pela multiplicação da experiência de vida com a capacidade de usar bem os recursos de que dispõe o escritor. Sim, porque não basta ter recursos, é preciso saber usá-los.

Algo mais ou menos assim: tomemos

Escrever bem = Eb
Recursos de que dispõe o escritor = R
Dias de leitura = D
Experiência de Vida = Ev
Capacidade de usar bem os recursos de que dispõe = cR


Portanto,

Eb =

R.D
_____

Ev. cR

Revelado o segredo, basta preencher cada um dos elementos da equação com os valores correspondentes ao candidato a "imortal".

Coloco a regra em prática imediatamente. Mas não estranhem se não ouvirem falar de mim nos próximos anos. Talvez o reconhecimento e a fama só cheguem muitas décadas depois de minha morte. Para esse problema, não encontrei ainda uma solução matemática...

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