Autocrítica
Quando
escrevo não-jornalismo, fico com alguns cacoetes da redação. Quero cortar
palavras, enxugar, resumir, às vezes abro mão de algum efeito linguístico que
criei, em nome da clareza. E olha que são efeitos maravilhosos, geniais, de
deixar Guimarães Rosa babando de inveja, mas que ninguém jamais lerá, por causa
da bendita clareza.
Assim
Rosa, lá do céu, tem sua primazia protegida, e eu, meu ostracismo garantido!
Pensando
bem, se meus efeitos linguísticos são obscuros, então não podem ser geniais.
Concluo com amargura que a primazia de Guimarães Rosa nunca foi ameaçada por
este arrogante iletrado.
MC, 7/07/2008
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