Super poder


 Se eu pudesse escolher um super poder, não seria super força, nem a invisibilidade ou o dom de voar. Eu abriria mão da visão de raio-x do Super-Homem, da supervelocidade do Flash, de grudar nas paredes como o Homem-Aranha, das garras do Wolverine. Eu não pediria nem mesmo o super poder do Batman: um oceano infinito de dinheiro. 

Eu pediria sabedoria. 

É o que há de mais eficaz para evitar encrencas e prosperar em todos os aspectos.

Tento imaginar como seria a mente de Salomão, apontado como um dos mais sábios reis do Antigo Testamento. 

Conta a história que uma questão foi levada ao seu conhecimento para que arbitrasse a justiça da forma que achasse mais adequada.

Duas mulheres disputavam a maternidade de uma criança. 

Por mais que fossem interrogadas, nenhuma das duas voltava atrás em sua posição, ambas afirmando ser a mãe do bebê. O caso parecia insolúvel.

Salomão então convocou as duas litigantes diante de toda a corte reunida. Ordenou a um soldado que partisse a criança ao meio, a golpe de espada, e entregasse metade para cada uma. 

Antes que você comece a xingar o rei de cruel e desumano, veja o que aconteceu: uma das mulheres disse:

"Está bem assim, meu rei, se o bebê não pode ser meu, que não seja de ninguém".

A outra, em prantos, gritou:

"Não, meu rei, entregue a criança a ela!".

Salomão então decidiu:

"Entregue a criança à mulher que tentou impedir sua morte".

"Mas ela me deu", protestou a outra, que havia preferido ver a criança morta.

"A verdadeira mãe preferiria ver o filho nos braços de uma impostora do que morto a fio de espada. Está decidida a questão".

Esta foi uma grande sacada do rei, mas não foi seu melhor momento. Nem quando ele escreveu jóias de beleza e sabedoria como o Cântico dos Cânticos ou o Eclesiastes. Sua mais brilhante atitude foi pedir a Deus que lhe desse sabedoria, quando poderia ter pedido qualquer outra coisa.

Convém imitá-lo. Principalmente nesses nossos dias obscuros. 

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