Erros e acertos

 

Até quem erra de propósito às vezes erra na tentativa de errar e, dessa forma torta, acerta. 

É melhor ser realista e aceitar logo a verdade:

Você não é infalível. Talvez seja até bom demais na arte de falhar. 

Mais uma verdade: o fato de errar muito pode até lhe render algum aprendizado, mas não evita que você erre de novo. E de novo. 

Outra: alguns de seus erros serão velhos conhecidos, recorrentes, insistentes, chatos de tão repetitivos. 

Diante da realidade de sua própria falibilidade, com que autoridade você exige a perfeição dos outros? Pense nisso antes de se aborrecer com o erro de alguém. 

Melhor desistir do erro de ser perfeccionista enquanto é tempo. Isso só vai render úlceras e enxaquecas.

Essas verdades doem e incomodam. Mas não são as únicas que definem quem você é.

Você também acerta. Muito, até. Sem querer, algumas vezes. Acerta por atitudes tomadas, acerta por omissões. Acerta sem ter certeza alguma de que estava fazendo a coisa certa. Acerta conscientemente também, baseado apenas em suas convicções contra todas as possibilidades, contra todas as opiniões. Acerta, simplesmente. 

O saldo dessa balança instável pode pender mais para o erro algumas vezes… depois se recupera e vai para o lado dos acertos. A conta só fecha no final, quando não houver mais tempo para nenhum erro ou acerto. Até lá, é bom aprender a conviver com o amargo das mancadas e o doce das sacadas. A vida é feita da mistura desses sabores. 


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