Normal


 O sujeito mata a mulher, esconde o corpo e depois vai dar entrevista na TV pedindo empenho da polícia para esclarecer o "desaparecimento"; participa de buscas pela própria vítima, "comovido" e "preocupado". Retrato da psicopatia.

Devia ser raro se deparar com histórias como esta. Devia. 

Em outro caso, uma pessoa tenta matar outra de forma cruel e brutal, é presa, vai pra delegacia e sai pela porta da frente depois de contar o que fez em depoimento, com a naturalidade de quem relata o que comeu no almoço. Pormenores técnicos impedem que ele fique na cadeia.

Você já viu isso acontecer. Mais de uma vez. Sabe do que estou falando. 

O que está errado?

As leis?

A "justiça"?

Do jeito que a coisa anda, errada estará a vítima. Aliás, isso não é novidade. Esse "conceito" já foi amplamente difundido, principalmente em casos de violência sexual contra mulheres. "Ela provocou"... "Também, olha como ela se veste!"... "Se tivesse ficado em casa em vez de ir pra balada não teria sido estuprada"... A "legítima defesa da honra", abolida no papel, continua vigente na prática, deixando um rastro de sangue. 

O circo dos absurdos ergue sua lona.

A sociedade se anestesia, indiferente.

O feminicídio ganha contornos de epidemia.

Enquanto isso, os criminosos se sentem tranquilos, "justificados" pela impunidade. Chegam à conclusão óbvia de que seus crimes compensam.  

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